Além de tirar o tesão do brasileiro que pagava para assistir o escrete levantando o caneco jogando aquele futebol alegre que nada tem a ver com saudosismo, só com respeito às nossas raízes, a seleção evangélica de Dunga abençoada por Jorginho também fez o favor de exterminar uma das maiores tradições brasileiras: a de vibrar com os craques do time do coração.
Em toda Copa, embora a Seleção tenha o poder de unir o país, as paixões clubísticas sempre falavam tão alto como o som das vuvuzelas. É fato que essa devoção diminuiu com o êxodo para a Europa. Mas a emoção era única. Em toda convocação, a expectativa de ver vestindo a amarelinha os melhores do seu time fazia o coração disparar como nos segundos que separavam uma falta cobrada pelo Zico da rede balançando.
Que santista e botafoguense não olha para trás e sente ainda mais orgulho pelos títulos de 58 e 62 que tiveram Pelé e Garrincha na ponta dos cascos? Ou em 70 quando Pelé, Gérson, Jairzinho, Carlos Alberto, Rivelino e Tostão faziam chorar mais forte botafoguenses, santistas, corinthianos e cruzeirenses?
Que festa fizeram em 82 rubro-negros com o samba no pé de Júnior, Leandro e do Galinho acompanhados de colorados e corinthianos na torcida mais fanática por Falcão e o dr. Sócrates? E como esquecer vascaínos lembrando que Romário, até então só com a cruz de malta no peito, tinha sido convocado às pressas para resolver a parada?
Haviam sim cruzeirenses orgulhosos de um tal Fenômeno em 2002, como palmeirenses não esquecerão jamais um nordestino que se dizia vítima de preconceito chamado Rivaldo.
Lembrei dessa história, desses gênios, desse choro preso, durante o amistoso com a Tanzânia. Felipe Melo, Flamengo de berço, é a antítese de tudo aquilo que foi dito até aqui. Grosseiro, bruto, perna de pau. Dito isso, só me permitam um pedido: se a Seleção trouxer o hexa, me xinguem, falem mal dos boleiros, destruam minha reputação, mas por favor: esqueçam que o Felipe Melo nasceu na Gávea!
quinta-feira, 10 de junho de 2010
terça-feira, 8 de junho de 2010
PRECONCEITO NA FOLHA
A dita cuja grande imprensa segue vomitando seu preconceito de merda e escancarando ainda mais a vala entre pobres e ricos desse país. Em chamada de capa, a Folha de São Paulo de hoje traz a seguinte pérola:
"Moradores pobres são removidos para a periferia da Cidade do Cabo"
Um nojo. Fossem ricos ou de classe média, a rapaziada certamente seria 'transferida' ou 'transportada' para outro 'bairro' ou 'região'.
Pobre, para a FSP, é removido. Como lixo, merda ou qualquer porcaria sem nome, endereço, enfim, sem identidade.
Haja estômago!
"Moradores pobres são removidos para a periferia da Cidade do Cabo"
Um nojo. Fossem ricos ou de classe média, a rapaziada certamente seria 'transferida' ou 'transportada' para outro 'bairro' ou 'região'.
Pobre, para a FSP, é removido. Como lixo, merda ou qualquer porcaria sem nome, endereço, enfim, sem identidade.
Haja estômago!
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