Dilma Rousseff, a presidenta de todos os brasileiros, está na Argentina cumprindo compromissos oficiais para estreitar relações com os hermanos. Uma visita de praxe como aquelas em que os chefes de nação recém-eleitos fazem geralmente em início de governo. Pose para foto com a presidenta Cristina Kirchner e o discurso de aproximação típico de solenidades envolvendo comandantes de países amigos. Mas a mesmice acaba aí.
A pedido da própria Dilma, o encontro foi além. A ex-guerrilheira e atual comandante em chefe das Forças Armadas do Brasil pediu um encontro com as avós e mães da Praça de Maio, movimentos de mulheres que reivindicam os netos e filhos desaparecidos durante a ditadura militar argentina. Abraçou uma a uma as 24 mulheres que estiveram no encontro.
Dilma ouviu relatos sobre a ditadura argentina e um pedido para que o Brasil abrisse de uma vez os arquivos dos anos de chumbo daqui.
A visita da presidenta de todos os brasileiros a Argentina é histórica. Um encontro de mulheres que resistiram à truculência, à selvageria à tortura física e psicológica. Um momento para ser lembrado e, sobretudo, celebrado.
Hoje, mais do que nunca, brasileiros e argentinos se uniram em memória da própria história.