Sábado passado conheci a Márcia na festa do aniversário de quatro anos do Bardallo´s. Na verdade, fui abordado por ela logo que cheguei ao mafuá. Disse a Márcia, para minha surpresa, que tinha ‘roubado’ um texto aqui do Meio da Rua, Meu Garçom, para publicar no blog que assina (parecequefoiassim.blogspot.com) como uma receita de fim de ano. Fiquei feliz e meio sem reação com a gentileza. Uma meia hora depois, vendo a moça acompanhada do amigo e jornalista Moisés de Lima resolvi puxar conversa e falamos rapidamente da importância dos garçons para os botequins e, claro, dos próprios botequins.
Ela lembrou de outro texto publicado aqui, Bar do Mário, uma Instituição, e terminou dizendo que a história do boteco lhe fez puxar da memória a infância pelas bandas do Barro Vermelho, bairro que abriga há 25 anos o bar e mercearia do Mário, fincado no cruzamento da avenida Jaguarari com a rua Segundo Wanderley. As reminescências da infância em ambientes como o dos botequins são sempre carregadas de boas histórias.
Outro dia, no bar da tia Deja, no fim da roda de samba no Mercado de Petrópolis, Ana recebeu, junto com a conta, uma cartinha escrita rapidamente à mão pela Dinda, garçonete do boteco. Entre a lista de elogios ditos na carta, Dinda fazia juras de amizade eterna e pedia que não deixássemos de voltar.
Digo isso porque é sempre bonito ouvir relatos dessa relação familiar e de carinho que as pessoas têm com os grandes garçons e butecos, como foi o caso do bar do Mário e da Dinda. Como igualmente bonito foi ouvir na noite de terça-feira, em meio às homenagens a K-Ximbinho e ao meu amigo Sérgio Vilar, os dois aniversariantes do dia, uma frase lapidar dita, também por uma mulher, sobre essas grandes figuras humanas. Já visivelmente alta, a moça, de quem não guardei o nome, chegou próximo a nossa mesa abancada em cima da calçada do bar do Pedrinho, no Centro, e simplesmente desabafou:
- O garçom é o melhor amigo do homem. É ele quem segura os nossos sapatos para a gente dançar.
Sensacional.
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
SÉRGIO VILAR, K-XIMBINHO E BARACK OBAMA
Hoje, 20 de janeiro, é dia de São Sebastião do Rio de Janeiro. E quis o destino que fosse, também, dia do meu amigo Sérgio Vilar, do chorão K-Ximbinho e de Mr. Barack Obama.
Não tenho lá essa intimidade toda com o K-Ximbinho e também, confesso, não acho que Obama vá dá esse jeito todo no mundo como tão dizendo por aí. Mas sabe como é, todo motivo é motivo.

É por isso que ergo daqui de pé do meu balcão postado bem no Meio da Rua, um copo da cachaça mais chorosa para K-Ximbinho e outro copo, esse americano, com uma dose de conhaque bem forte para o Obama.

No mais, K-Ximbinho, que se vivo fosse completaria 92 primaveras, e Obama que me perdoem, mas a cerveja mais gelada mesmo, aquela que desce rasgando de felicidade qualquer garganta sedenta, virá no final da tarde. Na companhia de Ana, Pâmela e, claro, do grande nome do dia: Sérgio Vilar.
Não tenho lá essa intimidade toda com o K-Ximbinho e também, confesso, não acho que Obama vá dá esse jeito todo no mundo como tão dizendo por aí. Mas sabe como é, todo motivo é motivo.

É por isso que ergo daqui de pé do meu balcão postado bem no Meio da Rua, um copo da cachaça mais chorosa para K-Ximbinho e outro copo, esse americano, com uma dose de conhaque bem forte para o Obama.

No mais, K-Ximbinho, que se vivo fosse completaria 92 primaveras, e Obama que me perdoem, mas a cerveja mais gelada mesmo, aquela que desce rasgando de felicidade qualquer garganta sedenta, virá no final da tarde. Na companhia de Ana, Pâmela e, claro, do grande nome do dia: Sérgio Vilar.
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
O SOL NASCERÁ
Três dias antes da virada do ano, escrevi o que seria o último texto de 2008 no Meio da Rua. Estava programado que pararia 20 dias para descansar o corpo, não a mente. Só não contava com a correria para deixar tudo certo no trabalho, o que impossibilitou a conclusão do texto e, principalmente, a despedida da galera que me acompanha no Meio da Rua pelos dias que, como disse, ficaria ausente. Confesso que me senti como um dono de buteco grosso, daqueles bem ignorantes que baixam o portão de ferro e ficam um bom tempo sem dar satisfação. Por isso, as minhas sinceras desculpas. Abaixo, vai um relato de uma grande experiência vivida no finalzinho do ano passado na companhia da minha sempre Ana e dos nossos mais novos amigos, Daniele e Vinícius. Muita coisa já rolou depois que vimos, juntos, o sol nascer das Rocas. Mas acho que ainda tá valendo. Abraço a todos e vamos nessa. O Meio da Rua não para.
O SOL NASCERÁ
Eu vi o sol nascer das Rocas. Um sol amarelo - anúncio do fim de mais uma madrugada de samba - que de tão amarelo fez chover uma garoa fina no alpendre de uma casa acolhedora que acorda música, que dorme bamba. Eu vi o sol nascer das Rocas. Ao som de Roberto Ribeiro e João Nogueira. Ouvido colado em histórias de vida, em vidas de histórias. Eu vi o sol nascer das Rocas depois de mais uma noite de boas companhias, de muitas cervejas, de mais encontros que desencontros. Eu vi o sol nascer das Rocas um dia depois de ver o fim da breve história do Arquivo Vivo com a Travessa do Samba. E que seja mesmo breve enquanto dure a falta de carinho e bom senso de uma gente que não preserva a raiz e, por isso mesmo, impede o nascer dos frutos. Eu vi o sol nascer das Rocas antes de acabar a cerveja. E com o sol já chegado, ao comprar as saideiras e notar que os portões de aço de todos os butecos estavam arriados, descobri que ninguém é de ferro e até a valorosa comunidade das Rocas merece umas horas a mais de sono. Eu vi o sol nascer das Rocas. Era uma espécie de convocação para ir de encontro ao encontro do mar com o Potengi. E lá, já entre os braços e abraços de Iemanjá, eu que tinha visto o sol nascer das Rocas, descobri o significado da palavra benção. Alguns dirão que ainda era 2008. Os idiotas da objetividade - salve Nelson Rodrigues! - diriam mais: que era de sexta para sábado, precisamente dia 27 de dezembro. Mas não. Nem dia era, nem noite foi. Quando eu vi o sol nascer das Rocas o tempo parou. Parou só para anunciar. Que, em 2009, o sol nascerá. Sempre.
O SOL NASCERÁ
Eu vi o sol nascer das Rocas. Um sol amarelo - anúncio do fim de mais uma madrugada de samba - que de tão amarelo fez chover uma garoa fina no alpendre de uma casa acolhedora que acorda música, que dorme bamba. Eu vi o sol nascer das Rocas. Ao som de Roberto Ribeiro e João Nogueira. Ouvido colado em histórias de vida, em vidas de histórias. Eu vi o sol nascer das Rocas depois de mais uma noite de boas companhias, de muitas cervejas, de mais encontros que desencontros. Eu vi o sol nascer das Rocas um dia depois de ver o fim da breve história do Arquivo Vivo com a Travessa do Samba. E que seja mesmo breve enquanto dure a falta de carinho e bom senso de uma gente que não preserva a raiz e, por isso mesmo, impede o nascer dos frutos. Eu vi o sol nascer das Rocas antes de acabar a cerveja. E com o sol já chegado, ao comprar as saideiras e notar que os portões de aço de todos os butecos estavam arriados, descobri que ninguém é de ferro e até a valorosa comunidade das Rocas merece umas horas a mais de sono. Eu vi o sol nascer das Rocas. Era uma espécie de convocação para ir de encontro ao encontro do mar com o Potengi. E lá, já entre os braços e abraços de Iemanjá, eu que tinha visto o sol nascer das Rocas, descobri o significado da palavra benção. Alguns dirão que ainda era 2008. Os idiotas da objetividade - salve Nelson Rodrigues! - diriam mais: que era de sexta para sábado, precisamente dia 27 de dezembro. Mas não. Nem dia era, nem noite foi. Quando eu vi o sol nascer das Rocas o tempo parou. Parou só para anunciar. Que, em 2009, o sol nascerá. Sempre.
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