Sábado passado conheci a Márcia na festa do aniversário de quatro anos do Bardallo´s. Na verdade, fui abordado por ela logo que cheguei ao mafuá. Disse a Márcia, para minha surpresa, que tinha ‘roubado’ um texto aqui do Meio da Rua, Meu Garçom, para publicar no blog que assina (parecequefoiassim.blogspot.com) como uma receita de fim de ano. Fiquei feliz e meio sem reação com a gentileza. Uma meia hora depois, vendo a moça acompanhada do amigo e jornalista Moisés de Lima resolvi puxar conversa e falamos rapidamente da importância dos garçons para os botequins e, claro, dos próprios botequins.
Ela lembrou de outro texto publicado aqui, Bar do Mário, uma Instituição, e terminou dizendo que a história do boteco lhe fez puxar da memória a infância pelas bandas do Barro Vermelho, bairro que abriga há 25 anos o bar e mercearia do Mário, fincado no cruzamento da avenida Jaguarari com a rua Segundo Wanderley. As reminescências da infância em ambientes como o dos botequins são sempre carregadas de boas histórias.
Outro dia, no bar da tia Deja, no fim da roda de samba no Mercado de Petrópolis, Ana recebeu, junto com a conta, uma cartinha escrita rapidamente à mão pela Dinda, garçonete do boteco. Entre a lista de elogios ditos na carta, Dinda fazia juras de amizade eterna e pedia que não deixássemos de voltar.
Digo isso porque é sempre bonito ouvir relatos dessa relação familiar e de carinho que as pessoas têm com os grandes garçons e butecos, como foi o caso do bar do Mário e da Dinda. Como igualmente bonito foi ouvir na noite de terça-feira, em meio às homenagens a K-Ximbinho e ao meu amigo Sérgio Vilar, os dois aniversariantes do dia, uma frase lapidar dita, também por uma mulher, sobre essas grandes figuras humanas. Já visivelmente alta, a moça, de quem não guardei o nome, chegou próximo a nossa mesa abancada em cima da calçada do bar do Pedrinho, no Centro, e simplesmente desabafou:
- O garçom é o melhor amigo do homem. É ele quem segura os nossos sapatos para a gente dançar.
Sensacional.
2 comentários:
Acho maravilhosa essa nossa relação com os garçons e donos de bares pelos quais passamos. Às vezes eu penso como será sentar em um bar e simplesmente ser atendida, sem um bom papo, sem um afago amigo... Enfim, deve ser bem diferente.
Concordo, mas bom mesmo é boa companhia, feito a de vocês dois ;)
um abração.
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