terça-feira, 13 de setembro de 2011

O valô da história independente na TV

A estreia esta semana do programa ‘DôMóValô’, exibido sempre às segundas-feiras, no intervalo do RN TV 1ª Edição, na InterTV Cabugi, foi encarada como um avanço na área audiovisual potiguar. Durante 1 minuto, em formato de documentário, o projeto divulga personagens da cultura local. Com a verba captada, o ‘DôMóValô’ está garantido pelo menos até novembro.

A ideia nasceu da parceria entre a produtora Pixel a Gogo e a empresa House Cultura & Cidadania e começou pela literatura de cordel. Já estão no gatilho programinhas com João Redondo, ‘Ginga com Tapioca’, ‘Coco de Zambê’, ‘Boi de Reis’, ‘Bordado do Seridó’, ‘Araruna’, ‘Newton Navarro’, ‘Rabequeiros’ e os ‘Congos de Calçola’.

Essa, na verdade, é a segunda experiência independente produzida para televisão no Estado. A primeira aconteceu nos anos 90, quando Augusto Lula, Daniele Brito, Ciro Pedroza e Marise Castro produziram quatro vídeos com poemas narrados pela jornalista Margot Ferreira.

Os programas tinham 30 segundos e foram exibidos quatro vezes ao dia durante uma semana em vários canais da TV Aberta. Como foi ao ar entre o Dia da Poesia e o Dia Internacional da Mulher, os produtores homenagearam as poetisas Auta de Sousa, Myriam Coeli, Zila Mamede e Palmira Wanderley.

Diretor dos vídeos, Lula Augusto lembra que o programa em que Margot narrou Auta de Sousa o cenário escolhido foi o cemitério do Alecrim. “Auta tinha aquela coisa sombria, dos medos, sofrimentos e escolhi o cemitério. Foi muito doido. O ‘DôMóValô’ é uma experiência muito bacana, mas a primeira produção independente foi aquela que fizemos”, disse.

O projeto foi aprovado através do Pró Financiamento de Cultura (Profinc), uma espécie de embrião da atual lei municipal Djalma Maranhão de incentivo à cultura. O autor do Profinc foi o então vereador e hoje deputado estadual Fernando Mineiro (PT).

Além do projeto dos poemas, que não tinha nome, o financiamento também viabilizou outras idéias, como o lançamento do livro ‘As Quatro Margens do Rio’, do fotógrafo Giovanni Sérgio. “Foi uma das primeiras leis de incentivo à cultura de capitais do Brasil, criamos depois de uma discussão com os artistas. Aí depois vieram a lei Djalma Maranhão e a lei Câmara Cascudo, em seguida, com a Fátima na Assembleia Legislativa”, conta o parlamentar.

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